6.8.05

Latah


Os sacerdotes astecas despem a túnica de penas azuis ao jovem nu. Deitam-no de costas num altar de granito e colocam-lhe um crânio de cristal sobre a cabeça fixando os dois lóbulos com parafusos de cristal. Uma queda de água desaba sobre o crânio quebrando o pescoço ao rapaz que ejacula em arco-íris à luz do sol nascente.
O odor ocre a proteína do esperma paira no ar. Os convidados acariciam os adolescentes que se contorcem, chupam-lhes a picha e penduram-se nas costas deles como vampiros.
Salva-vidas nus transportam pulmões de aço cheios de jovens paralíticos.
Garotos cegos saem de enormes bolos, esquizofrénicos degenerados jorram de uma cona de borracha, rapazinhos com horríveis doencas de pele emergem de uma lagoa puluída (onde peixes mordiscam cagalhões amarelos que por lá flutuam).

Divãs, cadeiras, e até mesmo o chão, comecam a vibrar, transformando os convidados em fantasmas cinzentos e tremidos que, atados pela picha, uivam de agonia.
William burroughs